Dedico este conto especialmente à Rita Souza, uma jovem amiga com grande potencial, e todos aqueles que, mesmo com o escuro intimidando, lutam!
domingo, 31 de março de 2013
sábado, 30 de março de 2013
Sangue de Gladiador
Por: Hermínio Neto
O cheiro inebriante de sangue é um tormento nos momentos
finais do duelo. Enquanto os ferros se incendeiam a cada encontro violento e a
multidão de plebeus furiosos urra desejando ardentemente mais e mais mortes
desde a manhã em que o primeiro torso foi atravessado por um gládio, eu me
contorço de fome e desejo.
Aperto meus rosto contra a grade grossa e enferrujada do
corredor que leva até a arena, tentando prever o resultado da batalha pelos
espaços losangulares. Todos os cadáveres de gladiadores mortos durante o dia já
foram recolhidos, e o sangue deles, sugado pela areia, está perdido para mim,
mas agora, no ocaso arroxeado, sei que conseguirei capturar minha presa.
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sexta-feira, 29 de março de 2013
Nota explicativa ao público.
Olá, amigos.
Para quem ainda não me conhece, sou Franz Lima e também colaboro neste blog de contos de horror. Estamos entrando no 4º mês de vida do projeto e é uma grande honra fazer parte de um grupo tão seleto e coeso.
Entretanto, creio que perceberam, nós tivemos alguns contratempos que ou atrasaram ou impediram a publicação de contos. Como o próprio nome do blog já diz, a proposta nossa é a de levar a vocês, diariamente, um terror com qualidade e sempre de forma inédita, fato que torna esse projeto ímpar. Claro, imprevistos acontecem e nem mesmo nós estamos livres de problemas.
Assim, assumo o papel de porta-voz dos outros escritores e lhes peço sinceras desculpas. Sabemos que há muitos leitores que acessam diariamente o blog para ler nossos escritos. Não posso prometer que nada mais irá afetar o grupo a ponto de estarmos acima dos imprevistos, porém saibam que estamos redobrando os esforços para publicar sempre em dia. Outro grande esforço é a busca pela excelência em contos novos, realmente inéditos.
As datas onde ainda há lacunas serão, brevemente, preenchidas.
Agora, já cientes de nossas imperfeições, vamos à boa notícia. O blog está recebendo a ajuda de um desenhista que, assim como cada um dos escritores, também busca dispor sempre de material inédito e ótima qualidade. Seu nome? Daniel MM. Vocês poderão ver alguns de seus trabalhos na primeira parte do conto A Vingança de Kali e, em breve, nas demais partes da saga de terror e mistério que vem conquistando mais e mais leitores.
O projeto vive e irá mostrar conforme o tempo flui, como é possível escrever e atender as expectativas... e medos dos leitores.
Obrigado por estarem ao nosso lado em nossos pesadelos!
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quinta-feira, 28 de março de 2013
Crianças do Sapato
Para a Pati
Era uma vez uma velhinha,
Que morava em um sapato.
Ela tinha muitos filhos...
E cuidar deles não era barato!
Ela lhes dava sopa,
Mas não lhes dava pão.
Ela espancava as crianças
E punha-as no chão!
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quarta-feira, 27 de março de 2013
A Vingança de Kali. Terceira parte.
-Vamos meu bebê… Está
na hora de se alimentar – disse a voz rouca e trêmula, seguida de um riso
esganiçado, para a criatura que se retorcia dentro da jaula. O cheiro do
pequeno lenço branco invadia suas narinas ardidas, trazendo uma sensação boa...
A mesma que sempre antecedia uma refeição.
---
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terça-feira, 26 de março de 2013
Ao lado de meu pai.
Maurício é uma
criança como muitas outras. Alegre, brincalhão e extremamente
inteligente. Seus amigos o cercam como se fosse um planeta com seus
satélites. Podem chamar do que quiser: carisma, aura ou,
simplesmente, bondade. A verdade é que o moleque é muito, muito
legal.
Entretanto, um problema
assola a existência do menino. Ele não consegue se comunicar com o
pai. Na verdade, ele tenta. E muito. Mas seu pai é o tipo de cara
fechado, silencioso. Maurício ainda não se lembra do dia em que seu
pai parou e brincou com ele. Talvez porque isso jamais aconteceu...
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domingo, 24 de março de 2013
Arqui-inimigo
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sábado, 23 de março de 2013
Deixandos as profundezas.
Por: Sandro Quintana.
A primeira coisa que Camila
percebeu ao despertar foi a escuridão, tão intensa que ela não conseguia ter
certeza se estava de olhos abertos ou fechados.
A segunda coisa que ela percebeu
foi a dor lacerante em seu peito, como se algo o tivesse atravessado. Ao passar
a mão, por cima da roupa, sentiu duas cicatrizes no peito. Uma grande, passando
entre seus seios, e outra menor, do lado esquerdo.
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quinta-feira, 21 de março de 2013
Cânticos
...Chora a natureza pródiga,
Da chuva quando cai.
Pra levar as impurezas
São as lágrimas do pai..
Rádio. Despertador. Até organizar as idéias na cabeça leva um tempinho, acordando de repente. Zeca. Exaltasamba. Estranho tocar uma dessas as 4h45min da manhã de um novo dia. O normal é um troço mais triste... Bom, estranho mesmo é acordar as 4h45min da manhã. Quase duas horas antes do que precisaria, realmente, acordar... Francamente... Claro, se acordar as 6h30min, vai ter que disputar o banheiro e o espaço com as outras oito pessoas que dividem o barraco de quatro cômodos – dois quartos, uma sala-cozinha-lavanderia-e-eventual-quarto-de-visitas e o banheiro mais precário da Criação – com você. Vale a pena acordar as 4h45min da manhã. Usa o banheiro, na paz, e pode se arrumar pro trampo sem ter que esbarrar em ninguém 11 vezes e ter a única camisa limpa do uniforme “customizada” pelo achocolatado-de-cinco-colheradas-bem-cheias da Elisângela. Tudo bem normal, então. Mas porque aquela música tocou as 4h45min da manhã...?
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terça-feira, 19 de março de 2013
A Vingança de Kali: segunda parte.
Mortes eram algo comum na rotina de Ed e seus amigos. Mesmo aposentado, não era possível ficar distante dos noticiários policiais e da violência. Nada do que ocorresse poderia ser classificado como 'surpreendente'... até agora.
Ed desligou o telefone e ficou ruminando as últimas notícias. Morte em família. A sensação era exatamente essa. Rainier, Laís e Franz brutalmente assassinados. Sem motivos. Sem piedade.
Vocês serão vingados, meus amigos - pensou Hedomon. Quem lhes tirou a possibilidade de um futuro terá o mesmo tratamento. Sem piedade.
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segunda-feira, 18 de março de 2013
Carta de um Suicida
Para alguém que se importe.
Só eu sinto, descendo como acido nas entranhas, a lágrima que corrói meu peito. Mas nem eu entendo a razão deste sentimento lacrado no coração. Guardo dentro desse corpo o prisioneiro mais cruel. E hoje ele tirou o dia para rebelar, tocar fogo em colchões e degolar o carcereiro filha da puta que se chama auto-controle.
É tanta força desse sentimento que é impossível não se entregar. Toco o terror, desprezo e falo na lata. Não tenho medo de ferir, e machucar esse bando de imprestáveis que me cerca. Eu, prisioneiro deste corpo frágil me rebelo, domino e subjugo a tudo e a todos apenas para sentir ridículo senso de poder e pensar estar no controle de tudo.
domingo, 17 de março de 2013
Onde está o monstro?
O mago inexperiente repousava dentro de uma pequena
tenda na floresta, reconfortado pelo ar morno da noite, quando ouviu o som de
folhas secas sendo pisadas.
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sábado, 16 de março de 2013
Marcado.
Por: Roberta Spindler.
O homem despertou no meio da madrugada com um grito angustiado. A escuridão o envolvia como um cobertor. Com a respiração entrecortada e um suor frio escorrendo pelo peito nu, ele sentou na cama e puxou a cordinha do abajur que se localizava no criado-mudo à esquerda. A luz fez seus olhos arderem e revelou uma cena assustadora. Seus lençóis e braços estavam cobertos por sangue, pegadas de lama cobriam o chão do pequeno quarto e um odor ferroso tomava conta do ar.
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quinta-feira, 14 de março de 2013
Limites
Qualquer um, independente de como as use, sabe que há algo
de maligno e corrosivo nas estradas (e no mundo). Principalmente, naquelas que
seguem em linha reta, cruzando várias vidas e lugares diferentes e, assim,
permitindo que homens e mulheres em seus veículos esqueçam-se daquele conceito
antiquado e pueril chamado de “limite de velocidade”.
terça-feira, 12 de março de 2013
Nimbus. Parte Final.
(Continuação)
Discretamente, lhe dirigi a
palavra e pedi para me ausentar por breves segundos. Eu já estava agindo
diferente com ela, sendo muito gentil e, sinceramente, isto me incomodava.
Com um leve aceno, ela
permitiu minha saída.
Ao chegar ao banheiro,
averiguei se havia mais alguém comigo. Sem pessoas por perto, abri uma pequena
ampola de sonífero. Pequena, porém bem potente. Em 15 minutos ela estaria
dopada, à minha mercê.
Escondi a ampola aberta
entre os dedos. Este ritual já estava sendo repetido pela terceira vez... todas
caíam.
Conforme planejado, me
aproximei da mesa, estiquei o assunto por mais alguns minutos e, aproveitando
uma distração dela, despejei o conteúdo em seu capuccino. A
própria canela que ela havia pedido seria o ingrediente perfeito para disfarçar
o sabor do sonífero. Enfim, uma empreitada perfeita, pensei.
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segunda-feira, 11 de março de 2013
A Vingança de Kali
"Se quiseres poder suportar a vida, fica pronto para aceitar a morte." - Sigmund Freud
Quanto o telefone tocou quis ignorar, sem sucesso. Uma voz sussurrou na alma, o coração apertou, acelerando num compasso sem ritmo, pulsações de dor que cruzaram por todo o corpo. Minha mão guiada por Kali, deusa da morte, tomou o aparelho deixando que seu dedo azul apertasse o botão verde. Mesmo lendo o nome Emanuel Nespusse na tela do celular, eu atendi, disse alô e aguardei uma resposta.
– Bom dia, delegado Hedomon. - Realmente deveria estar maluco ou realmente possuído. Receber uma ligação do delegado que me substituiu numa manhã de domingo era certeza de problema, Emanuel era meu aprendiz, ainda um moleque, e essa formalidade que ele nunca teve me irritou. – Tudo bem com você?
– Porra, Emanuel, não precisa falar comigo assim, nem quando trabalhávamos juntos você rasgava essa seda. O que você manda?
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domingo, 10 de março de 2013
Moeda de três lados
Gonzáles estava preso por cordas, sentado, a um
grosso carvalho. Foi posto ali pelos seus dois irmãos mais velhos.
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sábado, 9 de março de 2013
O que a terra levou. Parte final.
Por: Rodrigo C. Cittadino.
Dr. Ilusão estava
recostado contra a barricada improvisada na frente de seu
laboratório. Pálido e fedendo a éter e a pestilência, estampava
no rosto as pestanas cerradas e um esgar de asco que semelhava
curiosamente um sorriso. O rapaz lhe sorriu de volta: com ele morto
não teria de lidar com barganhas inconvenientes. Mas achava – ou
uma parte ainda escrupulosa de si achava – que não devia ignorá-lo
ali, jogado, à mercê das aves carniceiras. Carregou-o para dentro
do laboratório. Pegou o que necessitava: seringas e frascos com a
Substância, bisturi, estilete, colher e uma lâmpada-acendedora, que
produzia fogo. Depois empilhou mais barris e caixas junto à porta do
local de trabalho do doutor. Assentiu satisfeito: o túmulo estava
fechado. E rumou para o cemitério, para escancarar outro túmulo.
Atravessou ruas
familiares, as mesmas que tinha atravessado meses antes, quando
teimava em depositar flores sobre a cova de Helena. As flores estavam
mortas, ressequidas como a flora daninha das redondezas, mas, afinal,
o que contava era a intenção – e a intenção devia bastar. Com o
tempo tinha parado de visitar sua amada, por causa da angústia, do
medo, do cansaço, da preguiça. E porque a mulher inerte e de pele
desbotada sob a terra nada mais era do que uma imitação fajuta de
Helena, que sempre tinha esbanjado vivacidade. Agora Oto caminhava
para uma última visita, a que traria sua arduamente planejada
reconciliação.
Cuspiu para expurgar
os maus agouros. As Criaturas na estrada lhe eram familiares também,
e ele, a elas. Nenhuma o incomodou, nenhuma se desgarrou dos
montículos em que disputavam a carne dos últimos tombados. Oto
raciocinou que, se aquela gente tinha desfalecido justo no extremo
oeste da cidade – recanto desolado, sem casas à vista, sem abrigo
contra os predadores senão um ou dois troncos retorcidos,
inatingíveis para mãos e pés debilitados –, então deviam estar
no curso de uma procissão desiludida para o cemitério quando o
sopro fatal tinha irrompido de suas traqueias ranhosas e por entre
seus lábios rachados. Havia algo de remotamente digno em morrer no
cemitério. Soava civilizado resgatar antigos valores e ritos que
tinham caído em desuso quando, um dia, as entranhas do solo tinham
superlotado em função do número exorbitante de cadáveres. Não
obstante, muitos enfermos ainda buscavam consolo em seus antepassados
e, às portas do sono eterno, se arriscavam para conquistar uma vaga
no leito deles; embora fosse péssimo o cheiro, parecia correto agir
assim. O rapaz, todavia, não estava indo render-se à peste.
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quinta-feira, 7 de março de 2013
Mestre do Universo
Existem muitas pessoas ricas no mundo. Entretanto, você só
ouve falar das “mais pobres” delas, na verdade; existem homens e mulheres tão
poderosos e importantes que pagam para não serem citados por listas de
milionários, revistas de fofocas ou, tanto melhor, por qualquer pessoa viva.
Não precisam ser vistos em baladas com modelos seminuas de seios enormes ou em
conversas com jogadores de futebol proeminentes.
Homens e mulheres que possuem mais do poderiam gastar em dez
vidas. Homens e mulheres que olham para a vida de cima. Homens e mulheres que
não precisam de sonhos; eles já possuem tudo.
E Romulus Medicci era o maior deles.
terça-feira, 5 de março de 2013
Nimbus - Parte I de II.
A TV anuncia mais uma
vítima. Ela está ligada a mais de dois dias, mas sua luz não cessa, parece ter
vida própria. Nela, um homem diz que a contagem de corpos já atingiu o número
de cinco pessoas. Sem vínculos, sem pistas, apenas um nome: nimbus.
Quantos mais morrerão até que se chegue ao autor desta carnificina? - questiona o âncora do noticiário.
Quantos mais morrerão até que se chegue ao autor desta carnificina? - questiona o âncora do noticiário.
- Quantos? Não sei dizer. O
que interessa não é o número, mas a mensagem que deixo. Vou morrer logo, mas
meu legado continuará por gerações.
O homem caminha pelo
apartamento e olha para a TV. Seu trabalho está sendo bem divulgado, pensa.
Com a voz sussurrada, ele
diz:
- Eu sou Nimbus. Eu sou a
nuvem que traz a sombra e a brisa, o acalento e a serenidade. Porém também
trago a tempestade, o frio e o desalento. Eu carrego a paz e a calamidade em mim. Venho sem avisar e
parto ainda mais sorrateiramente.
Então, sorrindo, ele aponta
o controle-remoto para a televisão e, com um toque, a silencia. O apartamento é
tomado pela escuridão.
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segunda-feira, 4 de março de 2013
Indomável - VI - Liberdade
Session Finale: INDOMAVEL
– Regra dez: Você nunca sairá vivo daqui.
Com essas palavras o
homem me deu uma pancada na nuca e desfaleci. Depois de ter confessado o meu crime e meus motivos que percebi que o
torturador, complexado com tudo o que eu disse, permaneceu imóvel, escutando cada
centímetro da minha história.
Talvez o mais cruel
dos homens também ache que um estuprador é um monstro, mas neste mundo ainda há
quem ache que eles merecem uma segunda chance. Eu confesso que todo pai, se
tivesse a oportunidade que eu tive faria o mesmo, sem hipocrisia. Ser hipócrita
é não concordar que a morte é a única punição para um monstro desses, e ainda
assim é pouco.
domingo, 3 de março de 2013
Não decifra-me? Então devoro-te!
Dedico este conto a Clive Barker, aquele que me apresentou o terror de forma tão visceral, mesclando sexo e morte, a dança da criação e destruição.
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sábado, 2 de março de 2013
O que a terra levou. Parte I de II
Por: Rodrigo C. Cittadino
Oto trincava os dentes enquanto as ratazanas
pretas roíam-lhe as unhas dos pés. Faziam-lhe cócegas. “Malditas Criaturas.”
Por um instante se arrependeu de ter desovado suas botas num lixão, mas elas já
pouco lhe serviam, esburacadas que estavam e com as solas pela metade, e afinal
não teriam durado por muito mais tempo. Os animais infames as tinham mordiscado
a cada vez em que ele tinha se atrevido a deixar a casa. Provavelmente mal
restava couro na vizinhança ou mesmo no raio de uma vintena de quilômetros. Nem
sequer calçados. As Criaturas consumiam tudo com sua voracidade desvairada.
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