Jorge
engatilhou o revólver ponto 38 e apontou para a cabeça de seu arqui-inimigo.
—Agora, acha mesmo que estou brincando? – sorriu de modo lunático.
O
homem assustado questionou:
—Por
que você está tão exaltado? Não lhe fiz nada. Largue a arma, por favor. Somos
adultos e podemos resolver isto dialogando – a todo o momento deixou as mãos erguidas,
evitando qualquer movimento além dos próprios lábios.
—Por
anos você me perseguiu, sabotou e destruiu tudo o que possuía de bom! Hoje, isto
irá terminar!
Antes
que qualquer palavra fosse acrescentada, um disparo ecoou pelo apartamento e o
cheiro de pólvora tomou conta do ambiente.
Poucas
horas depois, peritos da polícia chegaram ao local.
—Marcos,
– um homem com grande bigode dirigiu a palavra para um jovem franzino que
cruzou a porta de entrada – o que conseguiu com os vizinhos?
—Pelo que apurei, ele sofria de Transtorno Dissociativo de Identidade, além de alcoolismo.
Um conto bem curto mas que nos põe a pensar. Em determinados momentos e diante de algumas atitudes, parei para pensar se era realmente eu que estava fazendo aquilo ou se era outra pessoa. A nossa mente, quando quer, sabe ser traiçoeira. Penso que nosso pior inimigo somos nós mesmos. Poderia desenvolver mais o texto, mesmo assim ficou muito bom.
ResponderExcluirAbraços,
Ana Luisa
Ana, essa história mandei para um concurso de microcontos. Como eles não pediam que o texto fosse inédito, publiquei aqui. Definitivamente, nós somos os nossos maiores inimigos, mas com o tempo aprendemos a lidar com a situação, ao menos é o que acontece com a maioria das pessoas. Agradeço por ser uma leitora tão presente dos meus textos.
ExcluirAbraços.