Eu vivi por alguns anos em
Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, com uma família muito boa. Sou de São Paulo e
vim para o RJ em função da morte de meus pais. Destino...
Nesta família todos eram unidos, independente dos problemas (que não eram poucos) e levávamos uma vida bem comum.
Nesta família todos eram unidos, independente dos problemas (que não eram poucos) e levávamos uma vida bem comum.
Eu, como membro mais novo da
família, dividia o quarto com o filho mais velho deles, sem tumultos, por mais
difícil que possa parecer.
Nesta casa havia uma senhora
bastante idosa, talvez com mais de 80 anos, se não me engano. Era uma mulher
doce e extremamente protetora. Também gostava demais de seu pequeno quarto onde
guardava todos os seus poucos pertences, na maioria lembranças de épocas
passadas.
Contudo, o tempo não poupa
bons ou ruins. Todos cedem ao seu peso. E com ela não foi diferente.
Numa manhã chuvosa,
encontramos seu corpo já frio. Ela havia falecido durante o sono.
Houve comoção por parte de
todos e o velório e o enterro mostraram o quanto ela era querida.
Quando regressamos do velório,
o chefe da família se dirigiu a mim e disse:
- Agora que ela se foi,
teremos que deixar o quarto vago, retirar suas coisas e doar o que não nos
tiver utilidade. A partir de hoje, você dormirá no quarto dela que, aliás, será
seu para lhe dar mais conforto e ao meu filho. Cada qual no seu quarto, que
tal?
Pensei em dizer que não achava muito legal, mas não o disse por acreditar que ele queria apenas o meu bem. Concordei com uma certa relutância...
Pensei em dizer que não achava muito legal, mas não o disse por acreditar que ele queria apenas o meu bem. Concordei com uma certa relutância...
Anoiteceu
e, ainda abatidos pela morte, pouco conversamos. O jantar foi envolto pelo
silencio, apenas interrompido pelos prantos da dona da casa. Prantos
silenciosos, abafados pela vergonha que sentimos ao chorar...
Nos despedimos e cada um foi
para seu quarto, desejosos de que o novo dia revelasse que aquilo era apenas um
pesadelo e a velhinha estaria ali, a passos lentos e firmes. Desejos... quem
pode atendê-los?
Fui para o quarto. O cheiro
dela estava impregnado em cada átomo daquele lugar. Suas fotos, seus perfumes,
a Bíblia lida com dificuldade, suas anotações, enfim. Abri o guarda-roupa e vi
suas vestes. Vestidos, nem uma calça sequer, revelando o apego aos velhos
costumes. Seus sapatos eram extremamente pequenos, capazes de indicar aos que
não a conheciam, seu verdadeiro tamanho.
Não havia uma TV. Ela só
tinha um velho rádio (Philco-Ford) onde sempre ouvia as orações católicas por
volta das 05:00 da manhã. Hábitos: todos somos dominados por eles, concluí.
Revirei
mais algumas coisas. Não estava muito confortável com o que fazia, porém não
estava com sono e nada mais me restava a fazer. Distraindo-me, eu iria cansar
e, logo, dormir, pensei.
E o mais incrível é como um
quarto tão pequeno podia compartimentar tanta história. Ela tinha diários,
álbuns de fotos e uma notável coleção de cartões postais. Tudo muito antigo,
denotando seu desligamento com os dias atuais. É algo, creio, muito comum aos
idosos: eles se prendem ao passado (apagando tudo de ruim que aconteceu) e nele
passam a viver todos os dias que lhes restam. Pura nostalgia.
E foi assim que, olhando uma
vida que se fora, adormeci...
Minha cama estava mais macia
do que quando deitei. Era como se ela fosse um colchão d´água, onde meu corpo
oscilava, embalando ainda mais meu sono. Porém, eu não estava mais dormindo. A
sensação de paz era total e minha respiração suave me fazia sentir um conforto
muito grande.
Levantei e olhei ao redor;
não reconheci onde estava. O lugar era muito grande e o céu tinha cores mudando
constantemente. O interessante, o mais interessante para ser mais específico,
era a ausência total de som. Aquela sensação de pressão no ouvido que só o
silêncio total traz. Fiquei surpreso com isto, já que havia vento no lugar,
pássaros voando. Por que não havia som? Meus próprios passos não produziam
qualquer barulho.
Andei e fui tentar descobrir
onde estava. O lugar também sofria mutações, mas sempre me trazia a sensação de
ser um lugar muito, muito antigo, fora da minha realidade. Eu estava dentro de
um passado que não me pertencia. Algo não vivenciado por mim e, por isto, me
senti como se estivesse violando a privacidade de alguém.
Afinal, onde eu estava??? E
o que era mais importante, o que me mantinha ali?
Desnorteado, busquei uma
fuga de lá. Vi uma casa bem pequena, um tanto quanto distante, porém passava
segurança. Andei muito. Contudo, quanto mais eu andava, mais distante a casa
ficava. Era como se ela não me quisesse próximo. Uma repulsa, talvez.
E apesar de tanto andar,
reparei que não havia suor em meu rosto, mesmo com tanto esforço. Qual o motivo
nunca soube dizer.
Parei e apoiei as mãos nos
joelhos. Já estava cansado e à beira do desânimo.
Abaixei a cabeça e olhei para o chão. Respirei fundo e quando voltei o olhar para a casa distante, recuei atônito. Ela estava bem à minha frente. Louco, estou ficando completamente louco, refleti.
Abaixei a cabeça e olhei para o chão. Respirei fundo e quando voltei o olhar para a casa distante, recuei atônito. Ela estava bem à minha frente. Louco, estou ficando completamente louco, refleti.
Ah,
mas seria bem melhor a loucura do que aquilo que eu estava vivendo. Meus
tímpanos doíam de tanto silêncio e meu coração batia com tanta força provocando
dores em meu peito. Eu já conhecia esta situação: medo, o terror que só o
desconhecido pode nos impôr. Era por isso que eu suava sem parar, mais temor do
que esforço, conclui.
Subi os três degraus que levavam até a pequena varanda da casa. Seus tijolos estavam já desbotados, mostrando palidamente sua cor vermelha. Toquei a maçaneta e a forcei para baixo, provocando um estalo que indicava a abertura da porta. Empurrei-a para frente e não pude ver nada. Lá dentro, a escuridão tomava conta e, receoso, adentrei lentamente, esperando meus olhos se adaptarem às trevas.
Subi os três degraus que levavam até a pequena varanda da casa. Seus tijolos estavam já desbotados, mostrando palidamente sua cor vermelha. Toquei a maçaneta e a forcei para baixo, provocando um estalo que indicava a abertura da porta. Empurrei-a para frente e não pude ver nada. Lá dentro, a escuridão tomava conta e, receoso, adentrei lentamente, esperando meus olhos se adaptarem às trevas.
Uma coisa me alertou... o
cheiro de perfume, um perfume que não me era desconhecido, sem que isso
implicasse em lembrar qual era. Qual o motivo para ficar tão tenso não soube
dizer.
Fiquei preocupado com uma
daquelas cenas de filmes de terror e olhei para trás. A porta não se fechou
sozinha rangendo, como eu esperava. Tudo estava normal, dentro do possível.
Não havia muitos cômodos na
casa. Eram quatro pelo que pude constatar: uma sala, um quarto, uma cozinha e
um banheiro. Todos eram muito pequenos. Conclui que ou a pessoa que morava lá
era muito humilde ou pequena, quem saberia dizer?
As luzes não funcionavam e a
luz do lado de fora não tinha poder para iluminar sequer o batente da porta de
entrada. Era como se a casa não aceitasse ser clareada, como se ela estivesse
bem nas sombras, tal qual uma pessoa que se tranca em um quarto escuro, após
tomar uma Aspirina para passar sua dor de cabeça.
Havia algo nas trevas que me
atraia. Não era uma coisa má, mas a tensão ampliava. Parei em frente ao quarto
e vi (ainda que com dificuldade) o que lá havia. Pouco para ser sincero. Cama,
um guarda roupa, uma cômoda e um espelho. No chão, um balde bem raso, talvez
usado para urinar, deduzi. Entrei e tentei achar uma vela ou alguma outra coisa
capaz de iluminar. Parei diante da cômoda e abri uma de sua gavetas. Havia
fotos. Forcei a visão para tentar ver quem eram as pessoas das fotos e, apesar
do esforço, não pude distingui-las. Suas roupas, entretanto, eram muito
antigas. Roupas do início do século passado. Trajes que denunciavam um pudor
excessivo e o rigor típico da época. Guardei-as.
Quando fui abrir a segunda
gaveta, ouvi um som bem suave. Levanto a cabeça e meu reflexo não mostra meu
rosto. Fico estático aguardando a continuidade do som. Nada... nada mais ouço.
Talvez tenha sido apenas minha imaginação.
Então recordo que talvez
tudo aquilo seja mesmo minha imaginação. - Não posso estar passando por isto
realmente – digo-, como que me alertando.
Decido sair da casa e acabar
de uma forma ou de outra esta insanidade. Ao virar, mais um som. Sinto o ar
mais frio. Sinto meu sangue mais frio.
O som atrás de mim está mais
forte e me esforço para não olhar para trás, ciente de que não pode ser nada de
bom.
Algo,
repentinamente, toca minha nuca. Sinto o pânico tomar conta sem demonstrar.
Minha vontade é correr, mas seja lá o quer for, está em vantagem. Eu não sei o
que é, mas sabem quem sou, sem dúvida.
Viro e vejo meu reflexo
sombrio novamente. As gavetas da cômoda estão fechadas, mesmo eu tendo plena
certeza de tê-las deixado abertas. Movo meu rosto para a direita e tenho a
atenção atraída por algo captado por minha visão periférica. Penso ter visto
meu reflexo se movido na direção contrária, mas isto é impossível. Tem que ser
impossível.
Quando viro os olhos e
encaro meu reflexo, ele já não me pertence. Há uma mulher no espelho e olho
para trás pensando que ela está realmente atrás de mim. O risinho que ouço
confirma meu engano. Pude sentir cada fração da minha coluna doer. Doer pelo
mais puro pânico.
O reflexo se move e diz:
- Achou mesmo que iria ficar
bisbilhotando minha vida e sair impune? Quem lhe deu permissão? Quem disse que
eu quis sair? Responde! Não esconda o rosto, moleque. Sua vergonha não vai
diminuir sua afronta.
A voz da mulher era tétrica.
Minha visão nublou e cheguei a pensar que iria desmaiar. Enquanto pensava em
uma resposta, a mulher gritou, enfurecida:
- Aqui sempre será meu lar e vou fazer o que for possível para ficar. Ninguém tem o direito de tomá-lo de mim, ninguémmmmmmmm...
- Aqui sempre será meu lar e vou fazer o que for possível para ficar. Ninguém tem o direito de tomá-lo de mim, ninguémmmmmmmm...
Então, ela recua e soca o
espelho de dentro para fora, fazendo cacos de vidro atingirem meu rosto. Foi a
gota d´água. Corri como jamais fiz em minha vida. E quanto mais corria, mais a
casa aumentava. A porta de saída já estava fora do meu alcance quando tropecei.
Levantando, mais movido pela
vontade de fugir do que pela agilidade, passei por algo úmido, como se fosse um
filete de água. Ou melhor, era algo viscoso, como o rastro que uma lesma deixa
ao passar.
Passei
as mãos no rosto, sentindo uma repulsa enorme. Meus lábios tocaram a substância
e isso foi o suficiente para vomitar. Minha visão nublou e senti vertigem.
Fraco, tentei buscar apoio em alguma coisa e acabei caindo. Apoiando o joelho
no chão, tentei levantar quando a face da mulher ficou a menos de 10 centímetros da
minha. Seu olhar queimava minha pele, não pelo calor, e sim pelo frio. Eu a
incomodava e ela não fazia qualquer questão de esconder isso de mim. Vi seus
lábios se moverem e, ouvi o seguinte:
- É só isso? – riu. – Pensou
mesmo que ia tomar o que é meu e ficar ileso, criança? Sua inocência me comove
– disse, passando sua mão fria em meu rosto, deixando o mesmo líquido viscoso
pelo qual eu passara.
- Eu sequer sei o motivo de
estar aqui, senhora – respondi com uma voz tão baixa que mal pude me ouvir. –
Não quero nada da senhora, não vim roubar, juro!
Ela abriu os lábios
revelando os poucos dentes. Elevou os olhos nas órbitas, simulando estar
pensando. Na verdade, estava me torturando. Eu até pensei em fugir, porém
minhas pernas não tinham condições de acompanhar o raciocínio.
Ela suspirou e, com calma,
perguntou:
- Não veio me roubar ou
tentar me enganar? Não quer absolutamente nada de mim? Diga.
- Verdade, só quero ir
embora... por favor.
Um odor pútrido me atingiu em cheio. Era a mulher
respirando pela boca. Seu peito arfava enquanto decidia o que fazer comigo. De
repente, tocou meu ombro esquerdo e, sem dizer uma palavra, elevou a mão
direita. Recebi um golpe duro no peito. A dor foi muito rápida e intensa.
Pensei estar tendo um ataque cardíaco. Ledo engano... abaixei o rosto e vi sua
mão esmagando ossos e cortando tecidos e órgãos meus. Ela apertou dentro do meu
peito e puxou.
Não senti mais nada.
Cai, respirando sangue e
tendo espasmos. Meu corpo gelava muito depressa e a sede chegou com força. Eu
estava morrendo. Lágrimas escorreram de meus olhos. Lágrimas de dor e temor
pela partida. O que fiz? – questionei em pensamentos.
Tudo se turvou e o
silêncio, já tão grande, me abraçou.
Despertei.
Despertei de um pesadelo como jamais havia tido em toda a minha vida. O medo de
que aquilo fosse real estava estampado não só em meu rosto, como no corpo todo.
Eu estava suando frio, trêmulo. Sentia os batimentos cardíacos acelerados pelo
ocorrido.
Respirei fundo e fui até o
interruptor para acender a luz. Para meu azar, a lâmpada estava queimada. Nada
de mais, já que a luz da lua iluminava debilmente o quarto. Sentei na cama e
fiquei aguardando o sono voltar. Para ser sincero, eu não queria que ele
voltasse. Pelo menos não daquele jeito.
Minutos depois eu já estava
deitado. Meu olhar encarava o teto, branco, sem nada de atrativo, apenas aquele
olhar vazio típico de uma pessoa sonolenta. Eu iria dormir, pensei...
Mal as pálpebras fecharam, senti um movimento estranho. Ainda entorpecido pelo sono, pensei ser apenas mais um sonho e não dei atenção. Eu ia adormecendo quando senti um solavanco. Meus sentidos entraram em sintonia quase que automaticamente. Fiquei alerta. Havia algo de errado. Estaria eu sonhando de novo? - questionei-me.
Mal as pálpebras fecharam, senti um movimento estranho. Ainda entorpecido pelo sono, pensei ser apenas mais um sonho e não dei atenção. Eu ia adormecendo quando senti um solavanco. Meus sentidos entraram em sintonia quase que automaticamente. Fiquei alerta. Havia algo de errado. Estaria eu sonhando de novo? - questionei-me.
Quando fui tentar me mover,
fui surpreendido por uma paralisia corporal. Não podia mover sequer o pescoço.
Como eu havia deitado de
qualquer jeito, embalado pelo sono, estava com o corpo descoberto e, para meu
desconforto, o pequeno quarto foi ficando mais e mais frio. De minhas narinas
exalava vapor, de tão gélido estava aquele lugar.
Desperto,
vi que nada daquilo era imaginação. Eu estava realmente no quarto da velha
senhora e, para meu azar, alguma coisa estava redondamente errada. Com um pouco
de calma, parei para pensar e, já desconfortável, percebi que desde o primeiro
minuto em que entrei ali após a morte dela, algo me incomodava. Ainda que
intimamente. Agora, após esta noite, eu só podia chegar à conclusão de que não
era bem-vindo. Algo me repudiava. Algo queria me ver longe de lá e, pelo que
constatei, estava disposto a fazer qualquer coisa para chegar ao resultado.
Forcei o corpo para a
frente, usando o máximo de minhas forças. Não pude levantar pois havia algo me
impedindo, como se eu estivesse amarrado. Tentei gritar para chamar a atenção
de alguém que viesse me ajudar. Minha voz ecoou dentro de minha mente, mas não
ouve sequer um único som saindo de minha boca.
Apertei as mãos, aflito, e
cortei as palmas com as unhas. Senti os filetes de sangue escorrem quentes,
contrastando com o frio pelo qual passava.
Não havia mais dúvidas... eu
estava à mercê de alguém ou algo que não compreendia. E o que é pior, esta
entidade sentia ódio por mim. Mas, afinal, que fiz? Eu não sabia dizer ao
certo. Usando as últimas forças que tinha, consegui me desvencilhar. Levantei o
corpo e fiquei sentado, com as pernas retas, na cama. Eu ainda estava preso e,
nesta condição, estava mais vulnerável.
A cama, de súbito, tremeu.
Agora eu sabia de onde vinham os solavancos. Junto com ela, eu também tremi. O
tremor que só o medo em sua essência é capaz de impor a um homem. Minha cabeça
foi agarrada e fui jogado de encontro ao travesseiro. O frio ampliou...
Com os olhos ainda voltados
para o teto, senti um leve formigamento na nuca. Havia algo passeando entre
meus cabelos. Eu não sei dizer como, mas eu sabia exatamente o que era. Uma
língua de fogo tocava minha nuca sem, no entanto, queimar. Eu via como se
tivesse atrás da cabeça. Eu via aquela língua vindo de um lugar inominável. Eu
sabia que era apenas um recado, porém isso não diminuía o impacto sobre mim.
Então, a cama se elevou.
Duas batidas secas contra o chão. Senti o corpo entorpecido. Pensei que iria
morrer.
O rádio, desligado, entrou
em funcionamento sozinho. Eram 05:00 horas da manhã e começavam as orações
católicas. Mas eu não entendia o que ele dizia. Eu não conseguia discernir.
Eram orações em outras línguas, deduzi.
Foram os segundos mais
terríveis de minha vida e, tão rápido quanto começaram, eles terminaram. O
rádio se desligou e meu corpo foi solto. Tomado pelo desespero, corri de
encontro á porta sanfonada. Eu a derrubei como se fosse de isopor. E corri para
o quarto onde o casal dono da casa dormia, indiferente ao meu sofrimento.
Bati à porta e, logo, fui
atendido. Não acreditaram em mim, até que os estragos no quarto foram
confirmados: a porta destruída, o travesseiro chamuscado. O rádio e a lâmpada
queimados, além do quarto ainda refrigerado, apesar do tempo ameno.
Nunca mais entrei ali.
Nunca mais entrei ali.
Com
o passar dos anos (por pelo menos mais três anos o quarto permaneceu isolado),
o fato foi sendo esquecido. Várias visitas de padres foram feitas para abençoar
o lugar e muitas vezes vi a dona da casa rezando para dar paz a quem quer que
fosse.
Eu, para dizer a verdade, sei muito bem o quê e
quem era. Sei que nós nos apegamos muito ao material, às nossas lembranças e acho
que não tenho o direito de culpar. Talvez eu tivesse a mesma atitude. Talvez eu
cobrasse um preço por alguém invadir minha vida, tocar minhas coisas. Afinal,
sou apenas carne e osso e mesmo quando não mais o for, ainda terei a essência
humana. Fui cobrado por invadir, ainda que involuntariamente, a intimidade de
uma pessoa. Passei por uma grande prova e tirei minhas lições. Espero que ela
esteja realmente descansando em paz agora. Nada mais.
Ui, deu medo, ainda bem que li de dia.....adorei.
ResponderExcluirObrigado, Ieda... quero ver a reação da galera que lerá à noite rsrsrsrs.
ExcluirEu li à noite... Perto de dormir... Maaaaaaaaaaaano. Eu ja passei por coisa parecida (quando ele ficou preso na cama) algumas vezes, então deu aquele friozinho na espinha... Ui
ResponderExcluirParabéns Franz^^
Obrigado pelo elogio. O medo que passei não deu para ser transcrito na íntegra, mas ...
ExcluirMuito bom! Eu afirmo categoricamente que o que você narrou foi uma experiência real, não há como dizer que isto é ficção. Está simples como uma conversa sincera, tomando uma gelada no bar. Essa simplicidade é maravilhosa, real e nos faz até mesmo sentir um frio subindo a espinha, uma lambidinha na nuca.
ResponderExcluirBom demais...
Cara, valeu pela força. Sim, eu só transcrevi uma parcela do medo e do terror que senti. O fato é real e me deixou por um bom tempo com pânico até do meu próprio reflexo.
ExcluirMuito obrigado pelo elogio. Abração, Brother.
Nossa, Franz, que aterrorizante. Só para constar... li de dia! rs :)
ResponderExcluirFiquei ainda mais aterrorizada só de pensar que você passou por um pouco disso, que sonhou com isso... Nossa. É muito horrível. O conto ficou ótimo, no entanto.
A sensação de terror é indescritível, Karen. O medo é tão tangível que parece algo vivo, acompanhando-o. Não desejo isso a ninguém...
ExcluirObrigado por opinar e pelo elogio.
Thanks...
Pena que o Blog não está mais atualizando.
ResponderExcluirEste acontecimento foi muito bem narrado e dá um frio danado na espinha.
Voltem ao Blog.