Pages

domingo, 24 de março de 2013

Arqui-inimigo



Jorge engatilhou o revólver ponto 38 e apontou para a cabeça de seu arqui-inimigo.

—Agora, acha mesmo que estou brincando? – sorriu de modo lunático.

O homem assustado questionou:

—Por que você está tão exaltado? Não lhe fiz nada. Largue a arma, por favor. Somos adultos e podemos resolver isto dialogando – a todo o momento deixou as mãos erguidas, evitando qualquer movimento além dos próprios lábios.

—Por anos você me perseguiu, sabotou e destruiu tudo o que possuía de bom! Hoje, isto irá terminar!

Antes que qualquer palavra fosse acrescentada, um disparo ecoou pelo apartamento e o cheiro de pólvora tomou conta do ambiente.

Poucas horas depois, peritos da polícia chegaram ao local.

—Marcos, – um homem com grande bigode dirigiu a palavra para um jovem franzino que cruzou a porta de entrada – o que conseguiu com os vizinhos?

—Pelo que apurei, ele sofria de Transtorno Dissociativo de Identidade, além de alcoolismo.

2 comentários:

  1. Um conto bem curto mas que nos põe a pensar. Em determinados momentos e diante de algumas atitudes, parei para pensar se era realmente eu que estava fazendo aquilo ou se era outra pessoa. A nossa mente, quando quer, sabe ser traiçoeira. Penso que nosso pior inimigo somos nós mesmos. Poderia desenvolver mais o texto, mesmo assim ficou muito bom.
    Abraços,
    Ana Luisa

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ana, essa história mandei para um concurso de microcontos. Como eles não pediam que o texto fosse inédito, publiquei aqui. Definitivamente, nós somos os nossos maiores inimigos, mas com o tempo aprendemos a lidar com a situação, ao menos é o que acontece com a maioria das pessoas. Agradeço por ser uma leitora tão presente dos meus textos.

      Abraços.

      Excluir