- 911 emergência, você precisa de ajuda?
- Sim! sim. Tem alguém na minha casa.
- Ok senhor fique calmo - respondeu a operadora - Eu já notifiquei a policia, eles estarão aí em alguns minutos. Eu preciso que confirme seu endereço.
- Oh Deus Oh Deus... - o homem respirava fundo, tentando manter a sanidade.
- Senhor? por favor, o senhor está falando da Rua Elm numero 1413, apartamento 2?
- Sim! - respondeu ele impaciente, levantando o tom de voz. - Rua Elm apartamento 2! manda logo alguém pra cá!
- A policia já foi notificada e estarão aí em alguns minutos, mas agora eu preciso que o senhor fique calmo, está bem? o Senhor viu se é um homem ou uma mulher?
- Eu não sei! eu só vi de costas. Só deu pra ver que era alguém sem cabelo. Quando se virou na minha direção eu corri pro quarto.
- Sem cabelo?
- Sem cabelo! nada na cabeça, nenhum cabelo, só pele. - estava notavelmente alterado.
Barulho de vidro quebrando ao longe, acompanhado de uma breve interferência na ligação, que cortou a descrição que o homem fazia.
- O que foi isso?
O homem continuou como se não tivesse percebido nada:
- ... tudo. Começou a tremer tudo a minha volta.
- O que começou a tremer e que barulho foi esse, senhor.
- Você não tá me ouvindo? Tudo começou a tremer! não sei explicar!
- Você consegue chegar à alguma saída?
- Não, eu to no armário. Ah meu Deus...
- Tá certo. Eu preciso que fique calmo. Você algo que possa usar para se defender?
- Hun... tem uns cabides aqui...
- Ok, pegue um dos cabides...
- Eles são de plástico!
- Ok, tem algo mais...
Barulho de coisas quebrando, dessa vez bem mais perto.
- Vai embora! - gritou ele.
- O que está acontecendo?
- Vai embora! - gritou de novo, dessa vez coma voz quase sumindo.
- Senhor?
Barulho alto, depois silencio.
- Senhor?
- Ele ta na porta. - respondeu, bem baixinho. - ele ta no quarto.
Sons estranhos de metal batendo ecoam pelo telefone. A operadora tenta não demonstrar medo, e continua com voz firme.
- A policia está a alguns minutos daí, eu só preciso que o senhor aguente um pouco mais.
- Por favor... por favor eu to com tanto medo, eu...
Rangido de porta abrindo.
- AH MEU DEUS! - gritou ele. Foi o grito mais assustador que ela já ouviu desde que começou com esse trabalho.
Sons de metal batendo, coisas quebrando: obviamente uma luta. A voz do homem ainda podia ser ouvida, mas ao longe, gemendo e gritando.
- VAI EMBORA!
- Senhor?
A voz dele foi ficando mais distante, como se tivesse sendo levado pra longe, apesar de ainda estar gritando, a voz dele foi sumindo. Risadas de crianças ecoaram do outro lado da linha. A operadora deu um pulo de susto com o coração na mão. Os gritos pararam. Silencio.
- Alô? quem está ai? - perguntou ela.
Ouviu mais uma vez uma risadinha abafada ao longe.
- Quem está ai!? - quase gritando.
- Olá! - uma voz fina e feliz respondeu do outro lado. Uma voz que lhe causou frio na coluna e que vai tirar o sono dela por muitos dias.
- A policia está chegando, não tem pra onde correr.
- Eu sou Casper!
A linha fica muda antes que ela pudesse dizer qualquer coisa.
***
Alguns minutos depois, a policia chegou ao local. A porta do apartamento estava aberta, mas nenhum vizinho acordado. A casa estava revirada, mas ao que parecia o intruso não buscava por algo, mas sim, destruir coisas.
No quarto, encontraram a porta derrubada e mais uma vez, tudo revirado. Houve luta ali. A porta do armário estava aberta e um rastro se sangue seguia direto para o espelho de parede, terminando nele. O lençol da cama tinha sido arrancado como se alguém tivesse se agarrado a ele. O lençol estava esticado no chão, a alguns centímetros do espelho.
Ele aponta sua lanterna para o espelho. Uma marca de mão pôde ser vista nele. Uma marca de mão do tamanho da mão de um adulto. Analisou a marca com cuidado... quase não reparou no sorriso largo e cheio de dentes que apareceu no reflexo do espelho.
"Oi!"
Aiai viu!
ResponderExcluirSerá que você vai deixar assim? Ou vira filme? *_*